Muito estilo, bom nível de acabamento, baixo consumo e a ‘pegada’ custom. Tudo isso aliado a uma convidativa relação de custo e benefício. Essa é a promessa da Master Ride 150 no Brasil, mas será que a pequena urbana dá conta do recado? Saiba neste teste com consumo, preço, desempenho, ficha técnica e muito mais.
Teste Master Ride 150, a ‘custom’ benefício
A Master Ride é um modelo global da Haojue, empresa chinesa parceira de longa data da Suzuki. Aliás, era a Haojue quem fabricava as antigas Burgman 125 e Intruder 125, vendidas no Brasil há mais de 20 anos. Por aqui, a Master chegou em 2021 (já como modelo 2022) para ser uma opção de custom urbana acima da Chopper Road 150. Deu certo.
Atualmente, a Master Ride é a moto custom de baixa cilindrada mais vendida do país. Foram mais de 2.000 emplacamentos em 2023, número que também fez do modelo um dos três mais vendidos da marca no território nacional. E ela té em alta. Se em 2022 vendia em média 90 motos por mês, no atual calendário o número saltou para 217 motos/mês. Os dados são da Fenabrave.
Ficha técnica da Master Ride 150
Vamos começar esse teste com a ficha técnica. E com um agradecimento à Suzuki Sun Motors, concessionária de Porto Alegre que prontamente cedeu a unidade testada. Novíssima, inclusive, com apenas 50 km no odômetro.
A Master Ride é movida pelo mesmo motor monocilíndrico TSR visto em outros modelos da marca. Com 149 cc e arrefecimento a ar, entrega 12,1 cv de potência e 1,16 kgf.m de torque máximos. O câmbio é de 5 velocidades e a alimentação, por injeção eletrônica.
Com tanque de 10,7 litros, a moto pesa 136 kg a seco. As rodas são de 18″ e 16″, calçando pneus sem câmara nas medidas 2.75/18 e 3.50/16. Os freios contam com disco simples na dianteira e tambor atrás, com sistema combinado (CBS). Na frente, há suspensão telescópica com 115 mm de curso, enquanto na traseira estão duas molas, com 60 mm de curso. Na relação comprimento x largura x altura, são 2.102 mm x 780 mm x 1.102 mm. Já o entre eixos é de 1.390 mm. Ou seja, bons 10 cm a mais que a veterana Chopper Road.
Estilo: uma Boulevard de bolso
O design da Master Ride chama a atenção. As linhas fluídas e com toque futurista lembram grandes custom como modelos da família Boulevard. Inclusive, detalhes como o alongado suporte de guidão parecem inspirados nas grandes Suzuki. O painel em dois níveis também nos fez lembrar de motos como a M 1500 R. Por isso, a chamamos carinhosamente de ‘Boulevard de bolso’ durante nosso teste.
Presentes em diversos apliques, os cromados também foram distribuídos com generosidade ao longo de toda a carroceria. Ainda se destacam os itens de série do modelo, como o grande (e cromado, claro) protetor de motor e as pequenas malas laterais rígidas. Tudo isso contribui para que a Master tinha um visual próprio, muito distante (e superior, em termos de acabamento) da Chopper Road, com quem compartilha o motor.
Pequena custom
A posição de pilotagem é, de fato, de uma custom. O guidão reto mantém o peito do piloto aberto, enquanto o assento fica a apenas 72,5 cm do solo. Já as pedaleiras, posicionadas quase à frente do motor, tentam manter os pés do condutor em postura avançada.
Como é uma moto pequena, a posição de pilotagem acaba sendo curiosa para pilotos com cerca de 1,80 m. Afinal, as pernas que deveriam ficar avançadas estão somente parcialmente flexionadas para a frente. Ou seja, você não fica ‘esticado’ como em muitas custom maiores. Inclusive, quem tem mais altura pode até ficar desconfortável.
Em contrapartida, pessoas de menor estatura tendem a se sentir mais confortáveis, sejam homens ou mulheres. Além disso, a pequena altura do solo (15 cm) também contribui para conforto e segurança dos menos altos, que terão facilidade em colocar os pés firmemente no chão. Se você estava procurando uma boa moto para quem tem cerca de 1,60 m, talvez tenha encontrado uma opção.
Nível de equipamentos e relação custo benefício
Certamente, um dos atributos da Master são seus itens de série. Custando cerca de R$ 16.500 (fipe) nas lojas, ela oferece malas laterais rígidas, sissybar para apoio lombar do garupa, protetor de motor e cavalete central. Para compor o visual, ainda há um pequeno spoiler sob o motor. Nada disso é acessório ou cobrado a parte.
Como é andar de Master Ride 150
Como uma boa street, a Master é muito ágil no trânsito urbano. Esterça bem, passando com facilidade entre corredores e não apresentando problemas para estacionar em vagas apertadas. Também é leve e bastante equilibrada, aparentando menos peso que seus 136 kg na balança sugerem. Já o funcionamento é suave, sem trancos ou engasgos. Com as marchas curtas você está sempre rodando silenciosamente pelo asfalto.
Na estrada, outra nota positiva. A pequena custom tem ótima aceleração e chega rapidamente aos 100 km/h, velocidade que mantém com facilidade na maioria das condições. Inclusive, apresentou melhor fôlego que as street DK 150 e trail NK 150, que adotam o mesmo motor. Destaque também ao baixíssimo nível de vibração. Ainda, foi estável em curvas de baixa e alta velocidade.
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Desempenho, consumo e top speed da Master Ride 150
Falando em aceleração, a velocidade final no teste foi de 120 km/h no painel, cerca de 110 km/h reais. Nada mau se tratando de uma moto com poucos quilômetros rodados e urbana, que será usada majoritariamente na cidade.
Já o consumo médio foi de 37,2 km por litro. Na melhor medição marcou 42,3 km/litro, rodando em trechos urbanos e rodovias – nessas, com velocidades entre 80 e 90 km/h.
Pontos positivos
A primeira boa notícia da Master Ride é sua simples existência. Afinal, o segmento das motos custom no Brasil reduziu drasticamente nos últimos anos e ter novas opções, independente de tamanho e marca, é sempre bom. Além disso, é uma moto competente em sua proposta de custom urbana.
No comportamento, é necessário destacar o motor. Suave, vibra pouco e ganha velocidade rápido, apresentando boa aceleração até os 100 km/h. Também, mostrou bons números de consumo e velocidade final. Ainda, merece destaque o conforto para piloto e garupa, especialmente para pessoas de menor estatura.
Para fechar, o estilo. A Master tem identidade própria e bom nível de acabamento, com direito a detalhes perolizados na pintura. Se destaca ainda por ser a única pequena custom do país a sair de fábrica com malas laterais (funcionais, ainda que pequenas) e os outros itens que citamos anteriormente.
Pontos negativos
Com alguns ajustes, a Master seria ainda mais competente como ferramenta de transporte urbano e lazer. O painel principal tem indicador de marchas, enquanto do tanque informa trips A e B, além de odômetro total. Poderia ter mais informações, como relógio.
Apesar da frenagem eficiente, a pequena Haojue poderia ter freio ABS na dianteira e disco na traseira, garantindo mais segurança. Também seria bem-vindo um farol de 55W ou até LED. Apesar de bonito, o atual em formato de diamante tem poder de iluminação reduzido com sua lâmpada de 35W. Do mesmo modo, cairia bem um pisca alerta.
Apesar de estar mais para característica do que para defeito, outro detalhe que pode atrapalhar a experiência é a baixa altura do solo. Com ela, itens como o cavalete central e a pedaleira raspam com certa facilidade em desníveis, especialmente se tiver alguém no banco de trás. O piloto também precisará de algum tempo para se adaptar ao aviso sonoro de quando as setas são acionadas. Bip, bip.
Vale a pena comprar a Master Ride 150?
A Master Ride 150 é uma moto competente, fiel à sua proposta de pequena custom urbana. É leve, confortável, econômica, estilosa. Pelo design e posição de pilotagem, é particularmente interessante aos fãs de motos custom. Com preço médio de mercado na casa dos R$ 16.500 (fipe), ainda se destaca pela boa relação custo e benefício. Se você curte as grandes estradeiras e está em busca de uma pequena companheira, a Master pode ser uma boa opção.