Mais uma vez, a KTM conquista o posto de campeã na categoria motos do Rally Dakar. O 17º título consecutivo da marca austríaca veio pelas mãos do também austríaco Matthias Walkner, que iniciou a temporada como um dos favoritos após faturar o segundo lugar na edição de 2017 e liderava a classificação desde as cinco últimas etapas. A final aconteceu neste sábado, 20, percorrendo 284 km (com 119 km de especial) dentro da cidade argentina de Córdoba.
Mais do que habilidade, Matthias mostrou estratégia e regularidade ao longo do Dakar. A duas etapas do final, o piloto possuía 32 minutos de vantagem sobre o segundo colocado, o argentino Kevin Benavides (Honda), e não foi problema perder as etapas finais. A 13ª, com 904 km (423 de especial) foi vencida por Toby Price (KTM, campeão de 2016) e a seguinte teve a vitória de Benavides. O campeão deste ano soube administrar a vantagem e correu sem assumir riscos.
Ao final, a vantagem de 16 minutos e 53 segundos garantiu a Walkner seu primeiro título no Dakar. Kevin, que estreou no ano passado (com um quarto lugar), fez o possível para levar a Honda à vitória, mas acabou com um honorável segundo lugar e colocar a única moto nao KTM no “top 5” da prova. Toby Price fechou o pódio, com 23 minutos e um segundo de diferença do campeão. O top 5 teve ainda as KTMs do francês Antonie Meo (que venceu duas etapas) e do experiente Gerard Farres Guell, que disputa o Dakar desde 2006.
Quem poderá dar fim ao reinado da KTM no Rally Dakar?
Ganhar 17 títulos consecutivos coloca a KTM como a maior campeã da história do Dakar, seguida de longe pela Yamaha (9 vitórias, a última em 1998) e BMW (6 troféus), última marca a vencer antes do início da hegemonia austríaca, em 2000, com o bicampeonato de Richard Sainct. Além do próprio heptadecacampeonato em si, outras evidências deixam claro a superioridade da KTM sobre as marcas rivais, como o fato dela colocar 4 motos no top 5 deste ano. Outras montadoras, como a Honda (que conquistou o vice com o argentino Kevin Benavides) e Yamaha (que chegou a liderar com Adrien Van Baveren) até nutriram a esperança de parar a marca laranja, mas não foi desta vez. Assim sendo, a KTM faturou o título nas sete últimas edição do Dakar em seu traçado original (de Paris até Dacar, capital de Senegal) e em todas as disputas na América do Sul. Talvez em 2019 alguma marca supere a austríaca (ou não)…
Classificação da 14ª etapa:
1 – Kevin Benavides (Honda CRF450 Rally): 01:26:41
2 – Toby Price (KTM 450 Rally): + 00:00:54
3 – Antoine Meo (KTM 450 Rally): + 00:02:49
4 – Daniel Oliveras Carreras Walkner (KTM 450 Rally Replica): + 00:03:25
5 – Johnny Aubert (Gas Gas Rally Replica 450): + 00:15:12
Classificação Final Motos após 14 etapas:
1 – Matthias Walkner (KTM 450 Rally): 43:06:01
2 – Kevin Benavides (Honda CRF450 Rally): + 00:16:53
3 – Toby Price (KTM 450 Rally): + 00:23:01
4 – Antoine Meo (KTM 450 Rally): + 00:47:28
5 – Gerard Farres Guell (KTM 450 Rally Replica): + 01:01:04
Brasileiros conquistam o Dakar nos UTVs
Em 2017 os UTVs deixaram de ser uma divisão dos carros e receberam uma categoria para si, que teve a dupla de brasileiros Leandro Torres e Lourival Roldan como campeã. Agora, o Brasil permaneceu no topo do pódio com Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin, vencedores em 2018. A dupla soube administrar bem a vantagem construída ao longo das últimas etapas e encerrou o rali com o tempo final de 72h 44′ 06”, e praticamente 58 minutos de vantagem sobre os segundos colocados.
“Estou muito emocionado”, disse o experiente piloto Varela. “Dedico o título a minha família, que está sempre ao meu lado, ao navegador Gustavo Gugelmin, responsável por uma navegação perfeita, e para a equipe South Racing Can-Am/Divino Fogão, que proporcionou o melhor UTV e a melhor estrutura possíveis. O Can-Am Maverick X3, mais uma vez, mostrou que está pronto para qualquer situação”, continuou. O título do Dakar é inédito na vitoriosa carreira de Varela. Entre os carros, ele é bicampeão mundial da modalidade (classe T2) e conquistou duas taças no Rally dos Sertões. Seu currículo inclui mais de 360 provas off-road disputadas – apenas no Rally Dakar, foram sete participações.