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Não é novidade que as principais fabricantes japonesas estão relutando em abandonar seus modelos à combustão. E, de fato, não devem abandonar um mercado que ainda abastece boa parte da Ásia e América – já que a onda das motos elétricas que chegou à Europa ainda deve demorar para aterrissar em outros continentes. Por isso, novas alternativas de combustíveis parece ser a saída, como, por exemplo, uma moto a hidrogênio.

Moto a hidrogênio une Toyota e Kawasaki

Uma moto que use hidrogênio como combustível, ao invés de derivados do petróleo, não é novidade. Marcas como a Xiaomi e TVS já desenvolveram protótipos movidos a esse tipo de combustível.

Moto movida a hidrogênio

Muitas marcas vêm investindo na criação de motos a hidrogênio – em sua maioria, ainda em fase de desenvolvimento. Até a Xiaomi, gigante da eletrônica, entrou na dança com a Segway Apex H2

Mas desta vez são as japonesas Toyota e Kawasaki que uniram forças para acelerar o desenvolvimento de uma motocicleta movida a hidrogênio. Vale ressaltar que esse já é um projeto em andamento da Kawasaki. Desde 2010 a fabricante investe em tecnologia de novos combustíveis, em parceria também com outras japonesas como a Yamaha.

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moto movida a hidrogênio

Protótipo do motor Kawasaki modificado para receber hidrogênio

Essa “força tarefa” do mercado japonês em correr contra o tempo para desenvolver modelos não poluentes surge da necessidade de abastecer mercados gigantescos como Índia, China e o próprio Brasil, que estão muito longe da eletrificação de sua frota de motocicletas. Além disso, esses países são responsáveis por boa parte do faturamento vindo de modelos de baixa cilindrada.

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Outro fator que atrasa a revolução verde nesses países é a estrutura de abastecimento de motos elétricas, ainda em processo de desenvolvimento, ou em alguns casos, inexistente. O hidrogênio como combustível, por sua vez, poderia utilizar a estrutura dos postos de abastecimento comuns.

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Assim, o lucro e a preservação estão em rota de colisão para as principais fabricantes japonesas. A Toyota então entra nessa parceria para oferecer todo o seu parque industrial, para se somar à tecnologia já em andamento da Kawasaki.

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Por que o hidrogênio?

O hidrogênio difere de combustíveis derivados do petróleo (ou até mesmo combustíveis à base de biomassa) que emitem CO² durante a combustão. Isso porque a queima de hidrogênio emite apenas ar quente e vapor de água. Ou seja, zero poluente.

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Já em termos de desempenho do veículo, o hidrogênio pode oferecer a mesma autonomia de um combustível não renovável – algo que, por enquanto, não acontece com os elétricos. Dessa forma, até o preço se torna mais vantajoso que os demais combustíveis.

No entanto, o processo de armazenamento e transporte exige uma estrutura mais desenvolvida. Para a felicidade do mercado, a empresa alemã Bosh investiu cifras bilionárias em tecnologia de logística para o manuseio do hidrogênio. Sendo assim, a empresa planeja criar 4 mil postos de abastecimento a hidrogênio, até 2030.

Thiago Ruanovi
Desde criança apaixonado pelo esporte a motor e através dele, conheceu essa coisa chamada comunicação.