Hoje as motos aventureiras estão na moda, especialmente na alta cilindrada. Todos parecem querer modelos poderosos, tecnológicos e versáteis, prontos para qualquer aventura e por isso nada mais justo que recuperar a história de uma das primeiras trail de sucesso do mundo, basicamente a percursora das aventureiras modernas. É hora de relembrar da Yamaha XT 500, uma das motos que mudaram a história do mercado mundial.
Como surgiu a Yamaha XT 500
Na distante década de 1960 o mercado de motos off-road era escasso. Um terreno dominado por poucas fabricantes, ou mesmo com modelos de rua simplesmente modificados. Para suprir essa demanda – que era crescente – a Yamaha lançou a DT-1 com motor de 2 tempos e 250cc, em 1968.
O modelo se popularizou e foi seguido por rivais como a Honda, com a XL 250. Desta forma, a Yamaha apostou ainda mais alto lançando a XT 500, em 1975. Estamos falando de uma novidade que foi a primeira moto monocilíndrica de 4 tempos da marca japonesa.
A motocicleta dividia o conjunto com a chamada TT 500, quando estreou. A TT era um modelo exclusivamente para uso fora de estrada, sem nem mesmo farol. Em comum, os dois modelos tinham tanque de alumínio.
Além disso, ambas dividiam o motor monocilíndrico de 499 cm³, entregando 32 cv a 6.500 rpm e torque de 4 kgf.m a 5.500 rpm. E destacando sua vocação on off-road, estavam as rodas de aro 21 na frente e de aro 18 na traseira, calçando pneus para uso misto. Tudo isso em um conjunto com pouco mais de 140 kg.
Como modelo se destacou
A consagração da família 500 off-road da Yamaha veio através de conquistas. O modelo ganhou os dois primeiros lugares na primeira edição do lendário rali Paris-Dakar, em 1979. Além disso, faturou as quatro primeiras posições no ano seguinte da competição.
Desta forma, a 500 inaugurou uma nova fase para a Yamaha, especialmente na Europa. Com os triunfos, a marca ganhou fãs que se identificaram pelo estilo aventureiro que o modelo remetia e transmitia.
No entanto, o sucesso também moveu as fabricantes rivais. Já no início da década de 1980, a XT não era mais a moto de maior performance disponível, para uso misto. Mais do que isso, a BMW com sua novíssima R 80 GS – de 797 cilindradas – venceu o Dakar de 1981.
A Yamaha chegou a contra atacar com a XT 550 – com 38 cv e 4,5 kgf.m de torque. No entanto, era um trabalho para as XT 600 que vieram em seguida – com 46 cv e 5 kgf.m. Junto da novidade, a marca lançou a XT 600Z Ténéré – modelo com tanque de 28 litros e inspirada diretamente nas motos do Dakar.
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O legado da XT 500
Aqui no Brasil a família Yamaha XT foi lançada em 1988, com a versão da agora clássica Ténéré. O modelo foi produzido na fábrica em Manaus (AM) – desbancando o título de moto de uso misto nacional de maior capacidade cúbica – que era da rival Honda XLX 350R.
Já na década de 1990, a marca lançava a XT 600E. Foi o modelo que resgatou as origens off-road da marca – com para-lamas alto, tanque de 14 litros e farol único. Foi lançada no país em 1993. Saltando para os anos 2000 foi lançada a sucessora XT 660R – a ‘Meiota’ – que também tinha sua versão Ténéré.
Depois de décadas de evolução, a raiz da velha XT 500 segue no mercado. Terreno onde concorrentes evoluíram seus produtos, como a BMW que oferece e big trail R 1250 GS, moto mais vendida no Brasil em sua categoria.
A Yamaha também segue neste espaço com a Ténéré 700, usando a plataforma de 2 cilindros paralelos da naked MT-07. No entanto, essa última geração de motos de uso misto da marca ainda desembarcou no nosso mercado, desde o lançamento em 2019.