Desafiar-se é sempre bom, ainda mais se for sobre duas rodas. Topar novas missões, ter experiências inéditas, redescobrir limites, testar suas habilidades em outro solo – neste caso, em vários tipos de solo.
Foi neste clima que as amigas motociclistas Telma Crummenauer (53 anos), Viviane Quadros (52) e Cibele Koga (48) encararam uma tarefa e tanto. Elas concluíram o Rali Transparaná 2022, uma das mais tradicionais competições off road do país e um dos maiores ralis de regularidade do continente. O evento encerrou no dia 5 de março e, pela primeira vez, teve uma categoria apenas para motos.
Mulheres motociclistas encaram 1.500 km off road pelo Paraná
Se encarar poucos minutos sobre a terra fofa, areia e barro já exige condicionamento físico e esforço, imagine percorrer cerca de 1,5 mil km. Esta foi a extensão do Transparaná, que cruzou mais de 60 municípios ao longo de 5 dias. A largada foi em Foz do Iguaçu e a chegada na capital, Curitiba.
“Nós fomos a primeira equipe formada só por mulheres, o que nos deixa com um tremendo orgulho”, comenta Telma. Segundo a motociclista, o objetivo do grupo era mostrar que as mulheres podem fazer o que quiserem, independente da sua idade ou recursos disponíveis. Para ela, que defendeu junto da organização a criação da categoria de motos, este foi um ato de representatividade.
Como se não bastasse o longo roteiro, alguns fatores garantiram desafios adicionais. “Encaramos de tudo no quesito condições climáticas. Houve um calor escaldante, chuva – com pancadas fortes -, pó. Mas tudo valeu a pena. O Paraná é muito lindo e visual fazia a gente esquecer a dor e o medo. Nos sentíamos em lugares encantados”, disse.
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Próxima missão
Ligou o nome à pessoa? Telma Crummenauer é uma das mais ativas mulheres motociclistas do Brasil e já foi notícia várias vezes aqui no Motonline. Entre outros feitos, junto do grupo Filhas do Vento e da Liberdade, se engajou em diversas causas sociais e eventos, como uma viagem de moto ao Atacama – apenas com mulheres na tripulação.
“Já estamos com a próxima missão organizada. Em agosto faremos a segunda edição da Expedição Filhas do Paraná, levantando a bandeira de combate à violência doméstica. Vai ser um formato similar ao do ano passado, quando percorremos todo o estado fazendo ações relacionadas ao Outubro Rosa. A gente não para nunca, usamos nossa força, vontade e garra para melhorar a vida de todas”, destaca.