O mercado de motos esportivas no Brasil anda tímido, mas no exterior segue com lançamentos. Hoje foi apresentada a nova geração da KTM RC 390, esportiva média que mira em concorrentes como as Yamaha R3 e Kawasaki Ninja 400. Mas será que ela dá conta do recado?
A RC surgiu em 2014, junto da irmã naked 390 Duke. E agora ela recebe sua primeira atualização relevante. Entre as novidades estão a embreagem assistida e deslizante (presenta na Ninja e ausente na R3) e aprimoramento do quickshifter, uma exclusividade sua.
Nova KTM: para brigar com Yamaha R3 e Ninja 400
Na prática, a KTM recebeu uma série de pequenas mudanças. O chassi tem novo desenho e está 1,5 kg mais leve. As novas rodas também contribuíram para a dieta, retirando 3,4 kg da balança. Porém, outras novidades acabaram trazendo alguns quilos e ela ficou 6 kg mais pesada, passando a 155 kg a seco.
Já os freios passam a ser assinados pela ByBre e contam agora com sistema ABS Bosch adaptado para curvas, assim como o novo controle de tração. Aliás, o ABS possui um modo Supermoto pensado exclusivamente para as pistas. O pacote eletrônico ainda conta com tela TFT compatível com o app KTM MY RIDE.
A suspensão dianteira segue sendo da WP, uma grife da marca, e agora o sistema APEX USD tem ajustes de compressão e retorno. A traseira é monoshock, com pré-definições de pré-carga e retorno.
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KTM 390 tem novidades no motor
Aqui, mais pequenas melhorias. A KTM optou por preservar a estrutura de seu bem-resolvido monocilíndrico, DOHC, arrefecido a líquido de 373 cm³. Porém, agora ele atende às exigências da Euro5 e recebeu caixa de ar melhor, além de prometer um funcionamento mais eficiente com o quickshifter.
A potência, entretanto, teve uma leve queda, passando de de 44 cv para 43,5 cv. Já o torque máximo subiu de 3,56 kgf.m para 3,77 kgf.m. A caixa de câmbio segue apostando na configuração de seis velocidades.
Por fim, o preço. A KTM ainda não revelou quanto sua nova esportiva irá custar nos mercados onde já está disponível. Para se ter uma noção, a geração atual custa 5.549 dólares nos Estados Unidos – cerca de R$ 28.700 em conversão direta.
KTM é melhor que Yamaha R3 ou Ninja 400?
As atualizações da KTM põem o modelo numa luta acirrada com as Yamaha R3 e Ninja 400. Ainda mais que os modelos sigam receitas bem diferentes.
A RC 390 adota a filosofia ready to race da marca e é praticamente uma moto de pista emplacada para andar nas ruas. Seu comportamento é arisco e todos os itens de série e características – como posição de pilotagem – priorizam o desempenho ante outros fatores, como conforto. É, ceramente, a melhor para um track day – especialmente se for num kartódromo.
Como são as R3 e Ninja 400
Já as japonesas são menos afiadas, mas igualmente interessantes. A Ninja possui os melhores números de potência, atingindo 48 cv e 3,9 kgf.m de torque com seu motor de dois cilindros e 399 cm³. E gira alto. O pico de potência ocorre apenas ao bater as 10 mil rotações por minuto. Ainda conta com embreagem deslizante, assim como a KTM.
Porém, apesar do desempenho do propulsor, a Kawasaki não se compromete tanto com o resultado na pista. Por isto suas suspensão dianteira sequer é invertida, muito menos de uma grife como a WP. Na contectividade também perde pontos por não possuir tela TFT e sistema bluetooth, adotando painel analógico com visor LCD.
Por fim, a R3. A esportiva da Yamaha foi renovada no ano passado, próximo da irmã naked MT 03. Na ocasião, ganhou carenagem com melhor aerodinâmica, suspensão dianteira invertida e painel digital – mas em LCD, não TFT.
Seu motor de dois cilindros e 321 cm³ entrega 42 cv a 10.750 rpm e 3,0 kgf.m a 9.000 rpm. Não dispõe de controle de tração e, assim como a Kawa, não tem ABS adaptado para curvas. Em contrapartida, tem farol em LED.