Em clima de Copa do Mundo, estamos assistindo os craques do futebol disputando o prêmio máximo do esporte, no Catar. Fora das quatro linhas, os jogadores exibem vidas luxuosas com mansões e diversos carros esportivos, como Ferrari, Porsche e Lamborghini. Mas, e as motos, onde estão?
Jogadores da Copa não podem pilotar motos
Certamente você já deve ter percebido que é raro ver jogadores de futebol pilotando motos. Porém, o motivo disso acontecer não tem nada a ver com uma possível falta de vontade dos craques em viver a vida sob duas rodas. O problema está nos contratos.
Isso porque o jogador de futebol, a partir do momento em que assina um contrato com um clube, se torna um ativo financeiro. Dessa forma, a sua integridade física passa ser de total e relevante interesse do clube, que não quer perder o atleta por conta de acidentes extracampo. Sendo assim, pilotar motos é considerado pela maior parte dos clubes como uma atividade de risco.
Ousadia e alegria… mas nem tanto
Um dos casos mais conhecidos de contratos que proíbem atletas de andar de moto foi o de Neymar e Barcelona, que fecharam acordo em 2013. Na ocasião, o jogador passou a receber a quantia de 49,5 milhões de euros anuais. No entanto, segundo o site Footbal Leaks, uma cláusula do contrato estipulava que o atleta não poderia “viver a vida adoidado”. Neymar teria que se manter longe de motos, motos aquáticas, esportes radicais e qualquer situação de risco. Alegria, sim, mas ousadia…
CR7 troca a Copa pelas motos da MotoGP?
Já o craque português Critiano Ronaldo nunca escondeu a sua paixão por carros esportivos. Em diversas ocasiões, o jogador pôde exibir a sua garagem repleta de máquinas velozes como Bugatti Chiron e Maclaren Senna. No entanto, o atleta não parece se importar muito com motos e, provavelmente, nem pode. De acordo com o jornal britânico Daily Mirror, o craque português quase foi impedido de pilotar sua coleção milionária.
A medida teria vindo do técnico interino da época, Ralf Rangnick, que tinha por costume obrigar todos os jogadores a dirigirem veículos padrão do clube. Se até mesmo os carros estão sob mira contratuais, o português deve se ver longe das motocicletas.
Porém, o português conseguiu unir um pouco dos dois mundos. Em uma campanha publicitária ao lado do piloto português da MotoGP, Miguel Oliveira, CR7 se vestiu de piloto e subiu a bordo de uma moto da MotoGP, mas não pilotou. A ideia da campanha era mostrar a qualidade da internet 5G da empresa, que conectou as duas motos, de Miguel e Cristiano. Embora seja óbvio que CR7 não saiu do lugar com a moto, vale a pena conferir.
Astro da Copa, Messi tem medo de motos
Canceriano, o argentino Lionel Messi parece estar bem com a vida sem adrenalina fora dos gramados. Isso porque o craque já confessou não gostar muito de velocidade e possuir até um certo medo de motocicletas.
Em um encontro com o piloto espanhol da MotoGP, Alex Espargaró, Messi afirmou que: “Tenho muito respeito com as motos. Não gosto de velocidade. Não sou de correr muito e a verdade é que as motos me dão um pouco de medo”. O veículo de duas rodas mais radical que ele costuma pilotar é uma e-bike.
Uruguaio na Copa, Arrascaeta deu role de mototáxi
Talvez a proibição não bateu na porta do Flamengo, na gávea. O craque do Flamengo e da seleção do Uruguai, Giorgian Arrascaeta, recentemente apareceu em um vídeo subindo a Favela da Rocinha no Rio de Janeiro na garupa de um mototáxi. O atleta recebeu muitas críticas pois estava sem capacete e desrespeitando as medidas de distanciamento social da época e ainda se colocando em risco, como fere a maior parte dos contratos.
Arrascaeta aproveitou a noite desta segunda-feira para conhecer a Rocinha. O jogador do Flamengo, na companhia de amigos e namorada, usou "moto táxi" para subir a favela, mas não utilizou capacete de proteção. pic.twitter.com/GhsWwYKrGA
— Venê Casagrande (@venecasagrande) May 24, 2021
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Os clubes têm o direito de impedir seus atletas de andarem de moto?
A princípio, as cláusulas contratuais variam de acordo com cada clube e país. No Brasil, por exemplo, existe a Lei Pelé, que regulamenta as relações entre atletas e instituições esportivas. No art. 35 da lei fica expresso que “são deveres do atleta profissional, em especial: preservar as condições físicas que lhes permitam participar das competições desportivas, submetendo-se aos exames médicos e tratamentos clínicos necessários à prática desportiva.”
Assim, qualquer atividade que seja considerada de alto risco para a integridade física do atleta pode sim ser proibida, sob penas de multa e até a rescisão completa do contrato. Vale ressaltar que todos os atletas possuem o direito de continuar recebendo seus salários mesmo que estejam lesionados. Eis a dúvida cruel: um salário milionário ou seguir na vida que você leva, podendo andar de moto à vontade?