A MotoGP não é ‘apenas’ a competição de motovelocidade mais famosa do mundo, mas também o berço de muitas tecnologias que serão posteriormente encontradas em motos de rua. É o caso do quick shifter. Saiba o que é, como funciona, quais as vantagens e alguns exemplos de modelos que contam com o sistema.
O quickshifter busca melhorar a experiência do piloto, possibilitando a troca de marcha sem o uso da embreagem ou o corte de velocidade. Assim, melhora o desempenho em tocada esportiva, reduzindo o tempo de trocas de marchas, além de gerar mais conforto. Por isso, é cada vez mais popular tanto em modelos de alto desempenho quanto em motos voltadas a viagens.
Como funciona o quick shifter?
O nome já entrega um pouco de sua funcionalidade, já que quickshift significa ‘troca rápida’. O funcionamento dessa tecnologia começa com o uso de sensores próximos da caixa de câmbio, para detectar os comandos das trocas de marcha.
Um sistema de posição verifica a alteração de marcha e envia um sinal para a Unidade de Controle Eletrônico, a ECU. Além disso, um sensor de velocidade manda informações sobre a rotação atual do motor. Ou seja, a ECU irá receber as informações sobre a posição e os comandos para trocas de marcha a todo momento, garantindo a troca suave e contínua, sem a perda de desempenho e potência.
Passo a passo da mudança de marchas
Antes de mudar para uma marcha superior, o Quickshift verifica a todo momento a posição da marcha e a aceleração da motocicleta, por meio dos sensores. Com base nesses dados, ele define o instante exato para realizar a troca. Então quando o piloto aciona o pedal para cima trocando a marcha, a unidade de controle eletrônico (ECU) recebe um sinal indicando a próxima troca. Em seguida, a ECU interrompe rapidamente a faísca de ignição, barrando a alimentação de energia para o motor.
Logo após o motociclista completar a troca de marcha acionando o pedal e diminuindo a aceleração, o sistema de ignição reinicia de forma automática, liberando novamente a energia para o motor. Desse modo, o Quickshift garante uma mudança suave e estável durante as trocas de marcha, sem interromper de forma intensa a velocidade da motocicleta.
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Vantagens e desvantagens do Quick shifter
O quick shifter agrada basicamente dois públicos, trazendo melhorias no conforto e no desempenho. Os pilotos de motos esportivas, que têm a performance de suas motos beneficiadas pelas trocas rápidas e sem perda de potência, e os que buscam conforto para viagens, onde não terão de usar a manete de embreagem todas as vezes que quiserem reduzir ou subir uma marcha.
Ainda há o quick shifter bidirecional. Mais moderno e ainda mais focado em desempenho, ele pode ser personalizado para trabalhar de forma invertida (com a primeira marcha para cima e as demais para baixo), tal qual um câmbio padrão de motovelocidade.
A única desvantagem do Quick shifter é em relação ao preço, afinal a tecnologia costuma encarecer a motocicleta. Assim, é um investimento que pode não compensar quem não busca performance ou trocas mais confortáveis em viagens. Apesar disso, o recurso vem se popularizando rapidamente, cada vez mais encontrado em motos médias e até pequenas.
Quais motos tem quick shiter?
Atualmente, o quick shifter pode vir de fábrica ou ser instalado em motos que nasceram com câmbios comuns, ainda que de baixa cilindrada. O recurso é mais popular em motos para viagens, como as Ducati Multistrada (1260, V2 e V4s, por exemplo), Kawasaki Versys 1000, Suzuki GSX-S 1000 GT e Triumph Tiger (900 e 1200) e BMW (GS 850, 1250, 1250 RT, K 1600).
Nas esportivas, está presente em BMW S 1000 RR, Honda CB 1000R NSC, Ducati Panigale V4S e tantas outras, inclusive médias como a Kawasaki ZX 4R SE. No exterior, até algumas versões da pequena Yamaha R15 têm a tecnologia.