Publicidade

O Campeonato Mundial de Motovelocidade é antigo, realizado desde 1949. Naturalmente, viu muitas eras, fabricantes se destacando e pilotos fazendo história ao longo desses últimos 74 anos. Porém, a MotoGP nunca assistiu a um domínio tão grande de uma única fabricante como tem acontecido atualmente.

Claro que estamos falando da Ducati. A italiana teve um desempenho avassalador em 2022, quando se sagrou campeã em todas as disputas (por pilotos, equipes e construtores) e segue em ritmo ainda mais intenso em 2023. A discrepância para as demais marcas é tanta que equipes como Honda e Yamaha começam a “caça às bruxas” no padock para entender o que está acontecendo.

Ducati-MotoGP-2022-Francesco-Bagnaia-1-768x512

A Ducati foi avassaladora em 2022, conquistando os títulos por pilotos, equipe e construtores na MotoGP. Em 2023, o desempenho está ainda maior…

Ducati domina a MotoGP

Para se ter uma ideia, atualmente três equipes usam motos Ducati: o time de fábrica, a Alma Pramac Racing e a Mooney V46. Não por acaso são essas as três melhores colocadas campeonato por equipes. Já na tabela de pilotos, Francesco Bagnaia (Ducati) lidera seguido de Jorge Martin (Alma Pramac) e Marco Bezzecchi (V46). Já no campeonato de construtores a diferença é gritante. Isso porque, a Ducati soma 285 pontos contra 153 da KTM, segunda colocada.

Publicidade

Em 2023, ao menos dois lugares no pódio costumam ser ocupados pela Ducati. Às vezes, todos. Em outras, o domínio segue até o top5

Dessa forma, o campeonato mostra que já existe uma tendência e que talvez não veremos nomes como Marc Márquez e Fabio Quartararo disputarem posições no topo da tabela. Assim, a MotoGP começa a ganhar um “ar de Fórmula 1“, quando um carro se sobressai entre os demais. No entanto, o que a Ducati vem mostrando é um trabalho de excelência, que a curto prazo tira um pouco da graça na competição. Porém, a longo sobe o sarrafo da categoria.

Marco Bezzecchi em sua Ducati

Com uma boa dose de talento e as inalcançáveis Ducati em mãos, pilotos jovens como Marco Bezzecchi estão na ponta da classificação

Ajudinha para as concorrentes?

Ou seja, essa hegemonia italiana fez a Dorna, organizadora da MotoGP, pensar em ceder concessões para que marcas como Honda e Yamaha consigam melhorar na pista. A princípio, essas concessões servem para equipes estreantes ou que não marcaram pontos na temporada anterior. Portanto, a categoria teria que quebrar algumas regras para impedir que a MotoGP entre nesse ciclo de domínio com as Ducati. Já que, a princípio, o público da MotoGP preza pela competitividade.

Publicidade
Fabio Quartararo

Campeão em 2021, desde 2022 o piloto da Yamaha Fabio Quartararo não consegue acompanhar o ritmo das Ducati. Em apenas 8 corridas, já está a 130 pontos do líder em 2023

Com essas concessões, as equipes podem ter acesso ilimitado a testes na temporada e maiores alocações de motores sem limite de desenvolvimento. Certamente, essa “ajudinha” não agrada à Ducati, que em certo ponto tem razão. Afinal, a construtora não tem culpa de estar tão melhor que suas concorrentes. Para se ter uma ideia, a Yamaha, com apenas dois pilotos marcou míseros 82 pontos até aqui. A situação da Honda é ainda pior, pois somou somente 89 pontos mesmo com quatro pilotos no grid.

 

Veja também:

Publicidade

Bagnaia a caminho do bicampeonato

Sendo assim, com ou sem ajuda para as concorrentes, a Ducati abre caminho para mais uma temporada vitoriosa, com todos os indicativos de um bicampeonato para Francesco Bagnaia, que já soma 194 pontos em 8 provas. Para isso, precisa ficar atento ao desempenho de nomes ascendentes como Jorge Martin e Marco Bezzecchi. Independente de quem vencer essa disputa, a Ducati estará em festa. Aliás, se existe um lugar feliz para ser italiano hoje em dia, com certeza é na MotoGP.

Atual campeão, Bagnaia tem 35 pontos de vantagem sobre o P2, Jorge Martin. Dos 6 mais bem classificados, 5 estão de Ducati

Thiago Ruanovi
Desde criança apaixonado pelo esporte a motor e através dele, conheceu essa coisa chamada comunicação.