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O passado sempre bate forte no coração dos motociclistas que há tempos aproveitam o maravilhoso mundo das duas rodas. E, sem dúvidas, existem motos que marcaram os anos 1980. Que tal analisar algumas de suas ‘descendentes’, modelos que hoje tentam dar continuidade à sua história de sucesso e glória? Confira algumas destas máquinas.

 

Motos que marcaram os anos 1980

O mercado brasileiro de motos é repleto de especificidades e os anos 1980 foram uma prova disso. Enquanto o segmento explodia ao redor do mundo, o promissor mercado nacional era fechado para importações e, por isso, blindado praticamente à qualquer novidade relevante do exterior. Ou seja, alimtava-se basicamente dos produtos oferecidos pelas fabricantes instaladas aqui, sobretudo Honda e Yamaha.

cb 400 é uma das motos que marcaram os anos 1980

Com o mercado fechado para importações, havia poucos lançamentos. Logo, assim que um bom produto chegava, conquistava inúmeros fãs e tornava-se uma lenda. Foi o caso da CB 400

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Assim, lançamentos eram raros e valorizadíssimos. E com a baixa (às vezes inexistente) concorrência, era natural que alguns modelos se destacassem nas lojas e nas ruas, criando uma verdadeira legião de fãs.

Os anos passaram, o mercado cresceu exponencialmente, novas marcas e modelos chegaram. Mas alguns modelos seguem lembrados com carinho. Hoje, as fabricantes têm outras motos que cumprem seus papéis no lineup.

 

1 – Honda CG 125 e sua descendente, a CG 160

A Honda CG 125 nada menos que inaugurou a linha de produção da fábrica da Honda em Manaus (AM), em 1976. No entanto, nos anos 1980 o modelo desfilou a sua evolução, com design que foi apelidado nas ruas de ‘CG quadrada’. Assim como a antecessora ‘Bolinha’, foi um enorme sucesso de vendas. De longe, a moto mais vendida do país.

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cg quadrada é uma das motos que marcaram os anos 1980

As linhas retas marcaram a ‘CG Quadrada’. Sucesso nos anos 1980, ela ainda ganharia descendentes diretas, como a ML 125

Hoje seu legado é carregado pela CG 160, sua sucessora direta. Mudaram as formas, muitas tecnologias empregadas, o tamanho do motor, o sistema de alimentação. Mas a missão segue a mesma: ser uma moto resistente, econômica e popular.

Hoje, a missão de ser uma moto econômica é popular é carregada por sua descendente direta, a CG 160

2 – Honda CB 400 e CB 500F

A Honda CB 400 foi a primeira ‘moto grande’ de milhares de motociclistas no Brasil, logo se tornando uma das motos que marcaram os anos 1980. Era movida por um motor bicilíndrico com 40 cv e atingia incríveis 170 km/h de velocidade final. Uma nave desfilando em ruas dominadas por CGs e outros limitados modelos de 125 cc ou 50 cc.

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cb 400 motos que marcaram os anos 1980

Uma moto de 2 cilindros, ronco grave e potência para ir além dos 150 km/h era algo inimaginável no Brasil de algumas décadas atrás. Até surgir a CB 400

Ao longo dos últimos 40 anos o mercado se transformou e hoje uma naked de 400 cc é ‘apenas’… uma naked de 400 cc. Não mais um ícone. Atualmente, este posto é ocupado pela competente CB 500F. Não sei deixe enganar pelo saudosismo: movida por um moderno motor de 2 cilindros, 471 cc e 50 cv, a sucessora é superior em todos os quesitos.

Não seja enganado pelo saudosismo. A CB 500F acelera muito mais, gasta muito menos e faz curvas com muito mais precisão que a CB 400 em sua época

3 – Yamaha RD 350 e R3

A Yamaha RD 350 é, seguramente, uma das motos mais icônicas dos anos 1980. Moderna, leve e poderosa, a esportiva era um dos principais produtos globais da marca e estreou a novíssima fábrica da Yamaha em Manaus. Também era rival direta de outra lenda, a Honda CBX 750, que carregava tudo o que a Honda possuía de melhor em termos de tecnologia e desempenho.

rd 350 motos que marcaram os anos 1980

Uma ‘Race Developed’ à venda nas lojas. Uma esportiva que passava dos 200 km/h produzida no Brasil com o que havia de melhor no mundo. A RD 350 já nasceu como um ícone

Com motor de 2 cilindros, a RD entregava 55 cavalos de potência e superava os 200 km/h de velocidade final, numa experiência de pilotagem explosiva – típica dos motores 2 tempos. Hoje, o lineup da Yamaha foca em modelos de baixa cilindrada e o único produto que pode ser apontado como uma substituta é a YZF-R3. A esportiva tem motor de 2 cilindros e 321 cm³, que entrega 42 cv.

Atualmente, a esportiva mais próxima de uma RD 350 oferecida pela Yamaha é a R3. Menos temperamental que a RD, é rápida, precisa e confiável

 

Veja também:

4 – Yamaha DT 180 e Lander 250

A Yamaha DT 180 é nada menos que o modelo considerado o responsável por popularizar o off road no país. A moto foi lançada no início dos anos 1980, sucedendo a TT 125, e logo tornou-se um sucesso de vendas. Ao invés de uma adaptação de uma street, foi criada ‘do zero’ para atender ao uso misto.

Yamaha DT 180 motos que marcaram os anos 1980

Criada especificamente para o uso misto, a DT 180 logo tornou-se um sucesso. E dominou o off-road nacional – numa espécie de ‘CRF 230F dos anos 1980’

Era leve, versátil, resistente e alta. Hoje essas características são carregadas pela Lander 250. Lançada em 2006, a aventureira é um dos maiores sucessos da Yamaha no Brasil e dá sequência ao legado da DT.

Competente, robusta e versátil, a Lander 250 é uma herdeira digna da DT 180

5 – NX 350 Sahara e XRE Sahara 300  

A Sahara inaugurou um segmento no Brasil. Foi ela quem estreou o conceito ‘NX’ por aqui, que se traduzia em motos multiuso que eram competentes tanto em viagens, quanto no off road ou em perímetro urbano. Lançada em 1989, a NX Sahara 350 saiu de linha em 1999, sedendo seu espaço a outro sucesso, a NX 400 Falcon.

sahara 350 motos que marcaram os anos 1980

Primeira NX do Brasil, a Sahara 350 tinha visual inspirado na primeira geração da Africa Twin, mais de 30 cv de potência e encarava terra, viagens e cidades

Hoje o nome voltou ao catálogo graças à XRE 300 Sahara. O modelo é uma evolução da trail XRE 300 e movido pelo motor da CB 300F Twister. Será que essa novidade vai fazer jus ao legado do nome de peso do passado?

 

Sahara

Nova geração da XRE 300 resgatou o nome Sahara

 

Fernando Santos
Jornalista amante do mundo da moto, vivendo destinos e sons. Ávido por novidades e crescido com o cheiro de motor dois tempos. [email protected]