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Sucesso de vendas e de polêmicas, a Honda CB 300 R foi lançada em junho de 2009 com a missão de susbtituir a bem-sucedida CBX 250 Twister. A street com pegada esportiva permaneceu menos de 7 anos no nosso mercado, mas foi tempo suficiente para emplacar praticamente 370 mil unidades antes de ser subsituída pela CB 250F Twister, em 2016. Mas, afinal, a CB 300 deixou saudades?

Honda apresentou a CB 300 R em 2009, junto da irmã XRE 300

Honda CB 300 R

Em 2009 a Honda alterou seu portfólio, marcando a chegada das irmãs street e trail CB 300R e XRE 300. Os lançamentos atendiam às novas legislações de emissões, o Promot 3, e também representavam uma evolução em relação às suas antecessoras CBX e XR 250 Tornado, uma vez que adotavam injeção eletrônica ao invés da obsoleta carburação.

A bem-sucedida CBX 250 Twister, à venda de 2001 a 2008, foi a antecessora da 300R

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Além disso, seus motores eram mais potentes. A base dos propulsores era a mesma, mas agora sua capacidade cúbica cresceu de 249 cm³ para 291,6 cm³, elevando a cavalaria máxima dos 24 cv das 250 cc para 26,5 cv nas CB e XRE. Enquanto a potência máxima era atingida aos 7.500 rpm, o pico de 2,81 kgf.m de torque vinha aos 6.000 rpm.

A base tinha herenças da CBX, mas a CB 300R parecia um projeto mais atual, especialmente pelo visual distante da década de 1990

CB 300 e o famoso problema no cabeçote

Logo que as primeiras unidades ganharam as ruas, proprietários da então nova CB 300 relataram problemas no motor. Nas queixas, reclamações sobre vazamentos de óleo e trincas nos cabeçotes de suas motos, falhas que geravam quebras de motor e caros serviços em oficinas. Além disso, colocavam em dúvida a durabilidade do modelo.

A XRE 300R também recebeu a tecnologia Flex

Problemas no cabeçote: XRE 300 sofria as mesmas críticas da street CB 300R

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Depois de algum tempo a Honda reconheceu ocorrências, tanto na XRE quanto na CB. Segundo a fabricante eram ‘problemas pontuais’, agravados pela ausência de inspeções periódicas. De acordo com ela, motos fabricadas até o modelo 2012 deveriam receber inspeções a cada 4 mil km, verificando possíveis folgas nas válvulas, conforme previsto no manual do proprietário.

O motor era o principal argumento de vendas, então a Honda batia forte na tecla da ‘força das 300 cilindradas’. Porém, ele também era o calcanhar de Aquiles do modelo

O posicionamento da marca originou mais críticas por parte dos consumidores. Afinal, os proprietários consideraram o problema um defeito estrutural e a quilometragem breve demais, o que levaria a moto a constantes visitas à oficina. Nunca houve recall para solucionar este possível defeito na CB 300.

Motor bicombustível

Em 2013 a CB 300 recebeu mudanças, tanto no visual quanto no motor, que agora passava a ser bicombustível. Na estética o modelo recebeu novos defletores laterais no tanque, piscas com lentes translúcidas e o painel ganhou luz indicadora para a partida com etanol.

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Em 2013 surgiu a ‘segunda geração’ da CB. Mudanças sutis e de bom gosto no visual foram acompanhadas de motor flex e, nas versões mais caras, freios ABS

Flex, o motor podia consumir álcool e gasolina, ou mesmo uma mistura dos dois em qualquer proporção. Assim, passou a entregar 26,53 cv a 7.500 rpm e 2,82 kgfm a 6.500 rpm, com gasolina, e 26,73 cv e 2,86 kgfm com etanol.

Fim da produção

Em 2015 a CB 300 R se despediu do mercado brasileiro, após apenas seis anos na linha de produtos da Honda. No mesmo calendário a fabricante reativou um nome prestigiado, sinônimo de desempenho no Brasil, e lançou no Salão Duas Rodas a nova Twister.

Equalizando branco, vermelho e azul, ‘CB 300R Capitão América’ fez sucesso por remeter às cores da CB 1000R da época

A CB foi construída do zero e era totalmente diferente antiga CBX. Chassi, motor, rodas, painel, plásticos. Nada foi herdado das antecessoras, exceto o nome ‘Twister’. Espera, se o nome era o mesmo então tratava-se de uma atualização da antiga Twister? E foi assim que a Honda teve de explicar o novo projeto – e opção pelo nome antigo – infinitas vezes.

A CB 300R teve vida curta, saindo de linha em menos de 7 anos. Em seu lugar a Honda trouxe a CB 250F Twister – causando confusão por ressuscitar o nome, claro

Apesar de ser alvo das mesmas críticas sobre sua mecânica, a XRE 300 permaneceu em produção. O modelo foi atualizado em 2015, recebendo melhorias que, em tese, encerraram os antigos problemas mecânicos. Como sabemos, a XRE segue no mercado até hoje, onde ocupa o cargo de líder da categoria.

Pontos positivos

Um dos principais apelos da CB 300 era seu visual. Inspirado na segunda geração da CB 600F Hornet, queria gerar o mesmo estrondoso sucesso da ‘prima’ menor. Outro ponto positivo era o desempenho do motor, satisfatório para ultrapassagens e até divertido em uma tocada mais esportiva.

Segunda geração da Hornet serviu de inspiração para a criação da CB 300R. Ao menos no visual

Por fim, ela podia ampliar seu número de fãs pela tecnologia. Afinal, adotava painel digital e, nos últimos modelos e em algumas versões, sistema bicombustível e freios ABS nas duas rodas, item ausente na principal concorrente Yamaha Fazer 250.

Pontos negativos

Voltada a uma pegada mais esportiva, deixava a desejar em terrenos irregulares, gerando certo desconforto no esburacado asfalto brasileiro. Outro detalhe que lhe tomava pontos era a ausência de uma sexta marcha, que tornaria viagens mais cômodas e econômicas. O consumo não era ameaçador, mas também estava longe de ser invejável. No nosso teste de 2012, fez 24,3 km/litro de média, número que caiu para 20 km/litro em tocada mais esportiva. Relembre.

O conforto da CB 300, o consumo e caixa de marchas até poderiam ser melhores. Mas onde o bicho pegou mesmo foi no motor

Mas o que maculou a imagem da CB 300 e encurtou sua vida no Brasil foi o já mencionado problema no cabeçote. A Honda que o diga…

Honda CB 300 R vale a pena?

Devido aos problemas na motorização, muitas motocicletas foram submetidas à troca do cabeçote. Portanto, se você estiver em busca de uma CB 300 usada vale a pena consultar o histórico da moto. Caso ele já tenha sido substituído, solicite mais informações como registros da concessionária autorizada responsável pelo serviço.

Apesar das polêmicas e críticas, vendas da CB 300R ‘iam muito bem, obrigado’. Foram quase 370 mil emplacamentos em pouco mais de 6 anos

Mesmo assim, guardadas as devidas atenções na hora da compra e manutenção, o modelo pode ser uma boa opção para rodar na cidade e em passeios de final de semana. Afinal, teve atributos suficientes para cativar fãs e vender quase 370 mil unidades, segundo dados de emplacamentos da Fenabrave.

 

Mas qual o preço de uma CB 300? Segundo a FIPE, o modelo 2009 tem preço médio de R$ 6.292, enquanto valor médio cobrado em uma moto 2015 é de R$ 10.392. Para fins comparativos, uma CB 250F Twister zero é encontrada nas lojas por aproximadamente R$ 17.837.

Para saber mais, ver a ficha técnica ou opinar sobre a Honda CB 300R, acesse o Guia de Motos!

Ficha técnica Honda CB 300R

Motor
Tipo 4 tempos, 1 cilindros
Cilindrada 291,6 cc
Arrefecimento A ar, com radiador de óleo
Combustível Gasolina / Etanol
Potência Máxima: 26,53 cv (gasolina) 26,73 cv (etanol) a 7.500 rpm
Torque Máximo: 2,82 kgfm (gasolina) 2,86 kgfm (etanol) a 6.500 rpm
Alimentação: Eletrônica
Partida: Elétrica
Transmissão: 5 velocidades
Suspensão e rodas
Suspensão dianteira: Garfo telescópico/130 mm
Suspensão traseira: Monoamortecida/105 mm
Chassi: Aço
Pneu Dianteiro: 110/70 – 17M/C (54H)
Pneu Traseiro: 140/70 – 17M/C (66H)
Dimensões e capacidades
Peso a seco: 148 kg
Comprimento: 2085 mm
Largura: 745 mm
Altura do Banco: 781 mm
Distância entre Eixos: 1402 mm
Capacidade do tanque: 18 litros
Preço (FIPE, janeiro de 2021)
2009 R$ 6.292,00
2015 R$ 10.392,00

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza