A onda de motos elétricas está se espalhando pelo mundo. Muitos países se movimentam para produzir uma moto elétrica própria, enquanto outros seguem apenas importando do exterior. Por isso, o Quênia não quis ficar de fora dessa e desenvolveu uma moto elétrica especial para si e à África, feita sob medida para encarar a realidade local.
Air – A moto elétrica da África
A princípio, a ideia era criar uma motocicleta que atendesse às necessidades de capacidade de carga, alcance e velocidade. Sendo assim a empresa Roam investiu em um formato com linhas off-road, para a realidade asfáltica da região – ou a falta dela, no caso.
E assim nasceu a Air. “Sob medida para diferentes casos de uso comercial, como transporte de passageiros ou carga com segurança em primeiro plano”, disse o cofundador e CEO da ROAM, Filip Lövström.
A Roam Air é uma moto elétrica feita para encarar os desafios da África. Tem suspensões com curso alongado, paralama alto, pneus de uso misto e bagageiro traseiro
Sendo assim, a moto elétrica Air tem uma capacidade de carga de 220 kg, incluindo o peso do piloto (para comparação, em motos como a CG 160 é ‘apenas’ 180 kg). Este é um ponto importante, afinal muitas pessoas da região utilizam as motocicletas como veículos de carga, substituindo até carros comerciais leves.
Dessa forma, por se tratar de uma região subdesenvolvida que ainda não conta com uma rede de postos de abastecimento elétrico, a moto vem com duas baterias removíveis, ou seja, podem ser recarregadas separadamente, em tomadas convencionais. As baterias somadas oferecem uma autonomia de 180 km e cada uma leva cerca de 4 horas para recarga total.
Roam Air vem com dois compartimentos de baterias removíveis
Já no quesito velocidade, a moto elétrica Air vem com um motor de 3kW (4 cv), mesmo nível de motos conhecidas do Brasil como Voltz EVS, Watts W125 e Shineray SHE S. Essa potência proporciona uma velocidade máxima de 90km/h. Por fim, esse modelo conta com 5 níveis de desempenho, além da marcha à ré.
Quanto custa a moto elétrica africana
Segundo a Roam, a moto elétrica Air está próxima de alcançar os custos de fabricação de outras motocicletas de baixa cilindrada movidas à combustão no continente africano. A princípio, a emprese planeja lançar a Air a um valor de ‘apenas’ 1,5 mil dólares, equivalente a R$ 8,2 mil em conversão direta. Com duas baterias, o preço sobe para 2.050 dóalres (R$ 11,2 mil).
Longe do poder de compra da Europa, por exemplo, a moto elétrica africana precisa ser barata. Custa apenas 1.500 dólares
Com a alta dos preços de combustíveis, a Roam planeja atingir essa faixa de clientes interessados em economia e desempenho. Por isso, a empresa foi ao mercado atrás de parcerias para alavancar a produção da moto elétrica Air.
Logo após a empresa captar o maior investimento para uma empresa de mobilidade do continente, 7,5 milhões de dólares (R$ 40 milhões). A Roam que pretende lançar esse modelo ainda esse ano, já tem uma parceria com a Uber para implantar cerca de 3 mil motocicletas na plataforma em 2022.
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A história da Roam
A empresa Opibus foi fundada em 2017, em Nairóbi, no Quênia. Tinha a missão de fazer os primeiros veículos eletrificados da África e para isso contava com o apoio de engenheiros suecos. Mas em abril de 2022, a Opibus foi renomeada para Roam. Muito além da revolução tecnológica, a Roam buscava desenvolver veículos e tecnologias mais acessíveis. Em 2022, a empresa lança o seu projeto mais ousado, que pode ser a porta de entrada para a popularização dos veículos elétricos no continente africano.
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