A Meteor 350 é o do principal lançamento recente da Royal Enfield no Brasil. Ela chegou por aqui no mês passado com preço atrativo e uma missão. À venda a partir de R$ 17.990 ela é encarregada de ser o novo modelo de entrada da marca no país.
Teste Metor 350: a mais barata das Royal Enfield
Assim, é indicada para quem está começando agora a se aproximar do universo da RE. Mas será que ela manda bem no consumo? E sua velocidade final, encara viagens? Para responder esta – e muitas outras – perguntas nada melhor que um teste.
Nosso teste com a Meteor 350 aconteceu há algumas semanas. A unidade em questão era da intermediária versão Stellar, na cor preta, e poquíssimo rodada. Quando pegamos marcava pouco mais de 200 km no painel. Saiba como ela se saiu.
Mais uma vez contei com a parceria do Ricardo (Rock) Kadota para produção do conteúdo. Da última vez nós invertemos os lados e ele comandou o trabalho, cabendo a mim apenas assistir. Afinal, era seu habitat natural. Estávamos com a BMW F 850 GS Adventure.
Apresentação: como é a Meteor
Com visual clássico, no design está seu ponto mais forte. Tem farol redondo – grande e que ilumina bem -, guidão curvado para trás, controles com formato diferente, espelhos redondos, tanque em formato de gota, banco dividido em duas partes e bem acolchoado, lanterna traseira redonda em LED. Tudo com muito estilo.
O painel também merece destaque. Redondo, tem velocímetro (em quilômetros e milhas por hora) analógico e uma pequena tela LCD que informa sobre relógio, marcador de combustível, hodômetros total e dois parciais e marcha engatada. E ainda tem o Tripper, seu sistema de navegação.
Ele opera numa tela própria, um pequeno mostrador redondo que fica à direita do painel principal. Usá-lo requer um pouco de prática, mas é fácil parear o smartphone com o app da marca. Então a navegação curva a curva acontece por uma voz feminina e setas, que indicam a direção, tipo de curva e distância, muito funcional.
Motor
O motor é um monocilíndrico, refrigerado a ar e óleo, de 349 cm³, que atua junto ao câmbio manual de cinco velocidades. Desta forma, gera 20,4 cv a 6.100 rpm e 2,75 kgf.m de torque, a 4.000 rpm. O câmbio é de 5 velocidades e o conjunto total pesa 191 kg em ordem de marcha, já com todos os fluídos. O tanque de combustível é de 15 litros.
Por fim, a ciclística. A ‘pequena’ cruiser tem chassi de aço tipo beço duplo e rodas de aro 19 na dianteira e 17 atrás. A suspensão da frente é telescópica, com garfo de 41 mm de diâmetro e 130 mm de curso, e na traseira há dois amortecedores, com carga da mola ajustável em 6 posições. Os freios são ABS nas duas rodas.
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Como é rodar com a Meteor 350
Que moto gostosa e com ótima posição de pilotagem! As pedaleiras são levemente avançadas e o guidão é um pouco recuado, deixando as costas eretas, mas relaxadas. Assim, gera a sensação de intimidade desde os primeiros quilômetros, com uma postura e ciclística amigáveis.
Na cidade ela é ágil, esperta e divertida. Desvia bem dos carros, mas requer um pouco de cuidado para não engatar os espelhos altos nos retrovisores dos carros. O câmbio tem duas alavancas (uma para cada lado, como na Biz), o que também gera comodidade e reduz a fadiga.
E também é confortável. O conjunto de suspensões bem calibradas mais banco garantem o conforto, reduzindo muito o número de impactos repassados aos piloto e garupa.
Top speed: para viajar sem pressa
Já na estrada a experiência é prejudicada pelo desempenho do motor. Apesar de chegar rápido aos 100 km/h, ele tem dificuldade para conseguir acelerando. Chegamos aos 120 km/h em alguns momentos, mas o menor dos aclives nos obrigava a reduzir uma marcha e perder velocidade. Como era um moto praticamente 0km, acredito que isto vá reduzindo à medida em que o motor é amaciado.
Isto não significa que ela não possa encarar pequenas viagens. A vida na estrada é beneficiada pelo bom trabalho da ciclística e suspensões, que garantem o mesmo conforto (ou até mais) que na cidade. Porém, como a velocidade é limitada, é preciso ter calma e cuidado redobrado na rodovia, especialmente em ultrapassagens.
Consumo
Depois de rodar cerca de 1.000 quilômetros com a moto, sua média de consumo foi de 28 km/litro. Pode ser razoável se considerarmos o tamanho do motor, mas deixa a desejar ao levarmos em conta seu desempenho. Já os freios têm uma avaliação muito mais positiva. Com pedal bem posicionado e funcionamento suave mas preciso, são dignos de uma nota 9.
Conclusão: a Meteor 350 vale a pena?
A Meteor 350 é a mais barata das motos da Royal Enfield e possivelmente uma das mais gostosas de pilotar, seja na cidade ou estrada. Com preço acessível (pouco acima das street de 150 ou 160 cilindrdadas), tem bom custo benefício. Eu diria que é o upgrade perfeito para quem tem uma Intruder 125, por exemplo.
Há alguns pontos a melhorar. Cairia bem a adoção de conta-giros e, claro, tem o desempenho do motor – que tende a melhorar à medida em que a moto é amaciada. Mas não faria nenhuma alteração nas suspensões ou banco. Confortável, nos inspira a acelerar ouvindo um Blues.